
Ronaldo Brasiliense
Estou assustado com a profusão de escândalos por todo o Pará, principalmente em Belém, a capital, envolvendo supostos desvios de dinheiro público, do Estado e dos municípios.
Assusta, também, a inércia do Ministério Público do Estado, que se mantém omisso diante da divulgação de negociatas entre o poder público e a iniciativa privada, principalmente nas redes sociais, sem que seja aberto sequer um procedimento investigativo.
O que dizer sobre o contrato feito pela Prefeitura de Belém, com dispensa de licitação, beneficiando a empresa do irmão de um secretário municipal no recolhimento de carros e motos, com o consequente recolhimento dos veículos a um “curral”, onde se registram depredação e roubo de peças e assessórios?
O que falar sobre as frequentes denúncias de superfaturamento em obras para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, como no projeto da Nova Doca, em benefício das elites da capital, orçado em fantásticos R$ 310 milhões, beneficiando um grupo empresarial – neste mato tem coelho – com reconhecida intimidade com o governador Helder Barbalho (MDB) e sua turma.
Não se vê nenhuma iniciativa do Ministério Público para pelo menos investigar as denúncias de suposto superfaturamento também no projeto da Nova Tamandaré e na construção da Estrada da Liberdade, entre a Avenida Perimetral, em Belém, à Alça Viária, em Marituba, numa extensão de 13 km cortando os remanescentes florestais do Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, dos lagos Bolonha e Água Preta – que abastecem Belém – e as cercanias do quilombola do Abacatal, em Ananindeua.
Corremos o risco de deixar para Belém, como legado da COP 30, uma sucessão de escândalos, com uma ação entre amigos realizada na cara de todos.
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