Pará liderou desmatamentos na Amazônia de 2019 a 2024

Foto: Divulgação/Imazon.
Ronaldo Brasiliense

Os dados e imagens colhidos pelo Mapbiomas, que monitora os desmatamentos em todo o Brasil, vão ser uma pedra no sapato da imagem ambiental do governador Helder Barbalho (MDB) nos debates – e cobranças – durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, em novembro deste ano, em Belém.

Números não mentem: o Pará liderou os desmatamentos da Amazônia de 2019 a 2024, durante toda a série histórica pesquisada pelo Mapbiomas, nos anos, coincidentemente, da administração de Helder Barbalho como governador do segundo maior Estado da Federação, com suas dimensões continentais.

O Pará perdeu, neste período, dois milhões de hectares de floresta, uma área equivalente à do Estado de Sergipe.

Barbalho tem tentado vender uma imagem de governante preocupado com a preservação da maior floresta tropical úmida do planeta – argumentando que manter a floresta em pé é um grande negócio – mas, na prática, a teoria é outra.

Duas obras rodoviárias que vêm sendo tocadas pelo governo do Pará, supostamente para a COP 30, estão destruindo remanescentes de floresta tropical em Belém e região metropolitana.

A Avenida Liberdade, que ligará a Avenida Perimetral, em Belém, à Alça Viária, no município de Marituba, abre o caminho da destruição.
De acordo com os estudos de impactos ambientais do projeto, o traçado da Avenida Liberdade corta os rios Murutucu, Aurá, e o igarapé Pau Grande, afluentes do rio Guamá, na APA Metropolitana de Belém, impactando O Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna.l. Na APA Metropolitana há ainda o sítio arqueológico do Engenho do Murutucu.

A avenida começa próximo ao campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), no bairro da Terra Firme, em Belém, passando por Ananindeua, onde impacta o quilombola do Abacatal, e até a Alça Viária, em Marituba.

Outra obra rodoviária que atinge remanescentes florestais é a Avenida da Marinha, que atinge o parque municipal de Belém e vem sendo criminosamente financiada com R$ 250 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do governo federal.
São obras questionáveis do ponto de vista ambiental, pois destroem remanescentes de florestas virgens em Belém, uma das capitais menos arborizadas do Brasil.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*