Pará lidera degradação florestal na Amazônia

Foto: Araquém Alcântara/WWF-BRasil
Ronaldo Brasiliense

A devastação florestal na Amazônia segue seu curso, e o desmatamento zero defendido pelo presidente Lula e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, continua a ser um sonho distante.

Dados do instituto Imazon mostram que, entre agosto de 2024 e abril de 2025, a floresta tropical amazônica perdeu 2.530 km² de sua cobertura vegetal, 18% a mais que no mesmo periodo do ano anterior.

Comparando: a destruição florestal é quase o dobro da área do município de São Paulo, que tem área 1.521,11 km² (0,6128% do território paulista), dos quais 949,611 km² constituem a área urbana (2019), a maior do país.

Os números divulgados pelo Imazon reacendem o sinal vermelho para uma possível alta dos desmatamentos – no acumulado anual – já que o chamado “calendário do desmatamento” se estende até o mês de julho.

Apesar de o atual índice ainda estar 60% abaixo do recorde registrado entre 2020 e 2021 – no último ano do governo de Jair Bolsonaro – o crescimento contínuo vem acompanhado de outros sinais preocupantes, como a concentração da devastação em áreas recorrentes e o avanço sobre unidades de conservação, federais, inclusive.
Somente em abril de 2025 foram desmatados 234 km², o equivalente a 780 campos de futebol por dia, com o Estado do Amazonas liderando o ranking na Amazônia Legal, seguido por Mato Grosso e Pará.

Nas unidades de conservação, a mais afetada foi a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu 4 km² de floresta em abril.

O Pará também registrou destaque negativo na degradação florestal, liderando com 64% dos danos detectados no mês. Cinco dos dez municípios que mais degradaram a floresta em abril estão no Pará, entre eles Alenquer, no oeste do Pará; Altamira, na Transamazônica, e Paragominas, no entorno da rodovia Belém – Brasília.

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