Pará é campeão dos desmatamentos na Amazônia

As terras indígenas Kayapó e Munduruku (foto), no Pará, são as mais devastadas por garimpo ilegal no Brasil (Foto: Marizilda Cruppe/Amazônia Real/Amazon Watch)
Ronaldo Brasiliense

Para que não pairem dúvidas sobre o avanço criminoso dos grileiros, garimpeiros, madeireiros e fazendeiros sobre a floresta amazônica em 2023, desmontando o discurso mentiroso do governador Helder Barbalho (MDB), o Pará – esta ilha da fantasia para os donos do poder, de plantão -, ganhou mais uma vez o título de campeão dos desmatamentos na Amazônia no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no primeiro ano do segundo mandato de Helder Barbalho como governador.
Helder Barbalho pinta de governador ecológico, vende uma imagem de protetor da floresta para o teu Charles III – para inglês ver, portanto, mas esconde que sancionou no Pará a lei que criou o Dia do Garimpeiro e tenta esconder que seu governo abre concessões florestais em áreas de preservação, ameaçando inclusive a integridade física de povos originários como os Zoé, e mesmo de grupos isolados, ainda não contactados pelo branco colonizador.
Na relação aos Estados que mais desmataram florestas em 2023, Pará, Amazonas e Mato Grosso seguem no topo do ranking. Dos nove Estados que compõem a chamada Amazônia Legal, apenas três registraram aumento na destruição: Roraima, Tocantins e Amapá.

Confira a área desmatada por Estado em 2023:

1 – Pará: 1.228 km²
2 – Amazonas: 877 km²
3 – Mato Grosso: 864 km²
4 – Acre: 333 km²
5 – Roraima: 321 km²
6 – Rondônia: 206 km²
7 – Maranhão: 162 km²
8 – Tocantins: 21 km²
9 – Amapá: 18 km²

TERRAS INDÍGENAS

O desmatamento em territórios dos povos originários apresentou queda de 52% em 2023, em comparação com o ano anterior: foi a menor área de terras indígenas desmatadas desde 2017.
Em 2023, foram 104 km² devastados, o que equivale a menos da metade do registrado em 2022, que foi de 217 km².
Apesar da redução, algumas terras indígenas tiveram aumento na destruição. É o caso da comunidade Igarapé Lage, em Rondônia, e Waimiri Atroari, na divisa do Amazonas com Roraima. Ambas tiveram um aumento de 300% no desmatamento. Já as terras Yanomami, tiveram um crescimento de 150% na derrubada.
A maior área destruída em um território indígena em 2023 foi na terra Apyterewa, no Estado do Pará, onde foram desmatados 13 km². Apesar de ocupar o topo do ranking, a comunidade teve uma redução de 85% na devastação em relação a 2022, quando perdeu 88 km² de floresta.

Histórico de desmatamento em terras indígenas:

2023: 104 km²
2022: 217 km²
2021: 263 km²
2020: 353 km²
2019: 369 km²
2018: 155 km²
2017: 70 km²
2016: 43 km²
2015: 38 km²
2014: 28 km²
2013: 56 km²
2021: 75 km²

Unidades de conservação

A redução mais impactante foi nas unidades de conservação da Amazônia, onde o desmatamento em 2023 foi o menor registrado em nove anos, desde 2014, portanto.
Em termos de comparação, em 2022 a devastação florestal de terras indígenas e unidades de conservação correspondeu a uma área de 1.214 km². Em 2023, esse número foi de 282 km², uma redução de 77%.
As unidades de conservação são divididas segundo a jurisdição. Nas áreas federais, a redução do desmatamento foi maior, passando de 468 km², em 2022, para 97 km², em 2023. A redução foi de 79%, quase cinco vezes menor.
Nas áreas estaduais, a devastação passou de 746 km², em 2022, para 185 km², em 2023, correspondendo uma queda de 75% menos.
Os números, que não mentem jamais, são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos, SP, e do Imazon.

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