O massacre de Santarém

José Maria Tapajós supera JK do Povão e lidera corrida pela prefeitura de Santarém.

Ronaldo Brasiliense

O governador Helder Barbalho (MDB ) atropela o Ministério Público e a justiça eleitoral em Santarém, no oeste do Pará, no maior vale-tudo da história para tentar vencer a eleição no terceiro maior colégio eleitoral.

Nunca se viu em tempo algum, no Pará, em tão pouco tempo, o uso da máquina administrativa do Estado e o abuso do poder politico por parte de um governador do Pará, pisoteando a lisura do processo eleitoral em um município paraense.

Como parte do abuso do poder político em Santarém para tentar eleger na marra o candidato do MDB, José Maria Tapajós, Helder não economizou promessas, atos oficiais, e discursos ofensivos à honra do candidato adversário que se confundiram e misturaram-se na campanha.

Depois de distribuir cinco mil cestas básicas a comunidades carentes, inclusive em quilombolas isolados em áreas distantes do centro urbano, Helder mandou asfaltar em 20 dias cerca de 40 kms de vias urbanas em nove bairros onde o vereador e blogueiro JK do Povão, o candidato do PL à prefeitura mocoronga, ganhou no primeiro turno, do ex-deputado José Maria Tapajós, com os trabalhos sendo realizados inclusive aos domingos e no horário noturno, surpreendendo a população.

Helder Barbalho também assinou em Santarém o que supostamente seria o contrato para a construção de uma ponte sobre o lago Mapiri, unindo dois bairros da Pérola do Tapajós, por estrondosos R$ 186 milhões, sem informar de onde virão os recursos, provavelmente de um novo empréstimo endossado pela dócil Assembleia Legislativa do Pará.

Não satisfeito, Helder Barbalho, em festa popular, com direito a inflamado discurso de campanha, assinou a desapropriação de uma vasta extensão de terra para abrigar o que pode vir a ser o futuro distrito industrial de Santarém.

Também anunciou recursos do Banpará para bancar a Copa Oeste de futebol – com o Estádio Colosso do Tapajós inconcluso – uma promessa feita no distante 2018, nunca cumprida – e agora, na véspera do segundo turno, garantiu em vídeo a instalação de uma Agência sem noção do Banco do Estado no Lago Grande, algo impensável antes do processo eleitoral.

Helder Barbalho praticamente mudou-se de maka e cuia para Santarém nos últimos 45 dias, levando para a Pérola do Tapajós, em aviões do Estado, comitivas formadas, entre outros, pela vice-governadora Hana Ghassan, deputados federais e estaduais, a esposa Daniela Barbalho – conselheira do Tribunal de Contas do Estado, indicada e nomeada por ele, salário de R$ 35 mil por mês, o primogênito Helder Filho, aquele apelidado pelo ex-deputafo Wladimir Costa, além de uma legião de assessores especiais, seguranças , com gastos com transporte, alimentação, hospedagem e etecetera e etc…

Uma derrota amanhã, 27 de outubro ,em Santarém pode carimbar de vez a fracassada tentativa de Helder Barbalho de conquistar 100 das 144 prefeituras do Pará nas eleições municipais, uma bordunada na arrogância.

O governador ganhou em mais de 80 municípios, mas já foi surrado em Ananindeua (Daniel Santos/PSB), levou uma sova em Parauapebas, com a “onça” Aurélio Goiano (Avante) e em Marabá, onde o delegado Tony Cunha (PL) aplicou uma pisa bem dada no candidato de Helder, deputado Chamonzinho, que fez voar cavanhaques.

Helder Barbalho – com a anunciada derrota em Santarém apontada em pesquisas da Doxa e do Instituto Paraná – somará quatro derrotas nos cinco maiores colégios eleitorais do Pará.

Vitória de Pirro

A expressão recebeu o nome do rei Pirro do Pirro, cujo exército havia sofrido perdas irreparáveis após derrotar os romanos na Batalha de Heracleia, em 280 a.C., e na Batalha de Ásculo, em 279 a.C., durante a Guerra Pírrica. Após a segunda batalha, Plutarco apresenta um relato feito por Dioniso de Halicarnasso:

“ Os exércitos se separaram; e, diz-se, Pirro teria respondido a um indivíduo que lhe demonstrou alegria pela vitória que “uma outra vitória como esta o arruinaria completamente”. Pois ele havia perdido uma parte enorme das forças que trouxera consigo, e quase todos os seus amigos íntimos e principais comandantes; não havia outros homens para formar novos recrutas, e encontrou seus aliados na Itália recuando. Por outro lado, como que numa fonte constantemente fluindo para fora da cidade, o acampamento romano era preenchido rápida e abundantemente por novos recrutas, todos sem deixar sua coragem para enfrentar e vencer novas batalhas.”

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