No Marajó, analfabetismo atinge índices dramáticos

Minucioso levantamento realizado pelo Ministério da Educação coloca em público o que poucos governantes têm coragem de expor: a extrema pobreza que se constata secularmente no belíssimo arquipélago do Marajó, noPará se reflete em números dramáticos na educação, com índices de analfabetismo comparáveis aos mais miseráveis países africanos.

Numa das etapas do estudo, no território denominado “Marajó das Florestas” – região que concentra 10 dos 17 municípios do Marajó – de acordo com relatório do Ministério da Educação, realizado em conjunto com os municípios, baseado nos dados de escolarização de 2023, cerca de 49.784 marajoaras são analfabetos, com média de 18,1% da população que reside no arquipélago, sem nenhuma escolarização.
Vejamos os números e percentuais por município:

Anajás – 4.133 – 22,6%; Afuá – 5.584 pessoas – 22%; Portel – 6.849 pessoas – 20,5%; Melgaço – 3.407 pessoas – 19,9%; Breves – 13.543 pessoas – 18,9%; Gurupá – 3.904 – 18%; Bagre – 3.437 – 17,4%; Curralinho – 3.872 – 16,9%; Oeiras do Pará – 3.322 – 14,4%; São Sebastião da Boa Vista – 1.733 pessoas – 9,5%.

A parte do relatório batizada de “Marajó dos Campos”, território onde se concentra 07 dos 18 municípios da região, de acordo com relatório do MEC, concentra 10.374 marajoaras que são analfabetos, com média de 9,97% da população que reside no arquipélago, superando o alto índice de analfabetismo no Estado do Pará . Vejam os números e percentuais por município:

Chaves – 2.647 pessoas – 19,1%; Ponta de Pedras – 2.236 pessoas – 12,1%; Muaná – 1.276 pessoas – 10,0%; Cachoeira do Arari – 1.473 pessoas – 8,4%; Santa Cruz do Arari – 435 pessoas – 7,6%; Salvaterra – 1.271 pessoas – 7%; Soure – 1.036 pessoas – 5,6%.

Com vários municípios entre os dez piores do Brasil na avaliação pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), o arquipélago do Marajó pede socorro. Com extrema urgência.
Mãos à obra, Brasil.