O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu explicitamente esta semana a exploração de petróleo da foz do rio Amazonas, na região conhecida como Margem Equatorial, mas enfrenta forte resistência da ala do governo, comandada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que quer empurrar poços na Margem Equatorial para depois da COP 30, que será realizada em Belém do Pará em novembro de 2025.
O grupo de Marina Silva teme passar uma imagem contraditória do Brasil no exterior e sofrer críticas ácidas das organizações não governamentais por liberar as pesquisas da Petrobras na costa do Estado do Amapá antes do evento climático promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Luka wuer explorar, Narina, não. Mas, quem manda no país?
“É importante ter em conta que nós, a hora que começarmos a explorar a chamada margem equatorial, sabe, que eu acho que a gente vai dar um salto de qualidade extraordinário. Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, mas não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer”, disse o presidente Lula, em seminário com a presença de investidores da Arábia Saudita.
Lula lembrou que países vizinhos do Brasil com acesso à mesma região, já estão explorando o petróleo do local. “Nós temos um debate técnico que tem que ser feito. O problema é que no Brasil tudo é polemizado. Olha, você tem petróleo num lugar, a Guiana está explorando, Suriname está explorando, Trinidad e Tobago explora. Sabe, você vai deixar o seu sem explorar? O que nós precisamos é garantir que a questão ambiental seja levada 100% a sério.
Estudo da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) diz que uma “exploração sustentável” da Margem Equatorial pode duplicar as reservas de petróleo e gás do Brasil, alcançando mais de 30 bilhões de barris.
O Brasil tem reservas provadas para algo de 12 a 15 anos, considerando o volume atual de produção. Deixar para explorar a Margem Equatorial para 2026, após a COP 30, coloca o país no risco de, em 12 anos, não ter reservas suficientes para sustentar a produção que o Brasil tem atualmente, aumentando o risco de o país voltar a importar petróleo.
“A gente já perdeu dez anos”, alerta Chambriard
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, criticou esta semana a demora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em autorizar a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, área do litoral brasileiro apontada como o novo “pré-sal”, por causa do potencial de produção de petróleo.
“A gente já perdeu dez anos”, lamentou Chambriard, ao lembrar que a licitação para explorar a região se deu em 2013, mas as restrições ambuentaus tem atravancado a exploração.
A Margem Equatorial abrange uma área que vai da costa do Rio Grande do Norte à do vizinho Estado do Amapá. O potencial de exploração do óleo na região, que inclui a foz do rio Amazonas, é criticada por ambientalistas, preocupados com possíveis danos ambientais.
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