Se nada mudar, Belém do Pará vai sediar a Conferência do Clima promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 30, em novembro de 2025, exibindo para o mundo uma metrópole da Amazônia atrasada, onde mais de 20 por cento de sua população ainda não tem acesso à água encanada e a rede de esgoto atende a pouco mais de 10 por cento de seus habitantes.
As promessas são muitas, unindo numa só voz o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) – que ainda precisa se reeleger ano que vem para estar no cargo, no Palácio Antônio Lemos, durante a COP 30.
Duas obras de impacto em Belém dependem dos investimentos da mineradora Vale, que estima gastar R$ 400 milhões no Parque da Cidade, no entorno da avenida Júlio Cesar, na antiga área pertencente ao Aeroclube de Belém, e outros R$ 270 milhões no Porto Futuro II, no Boulevard Castilho França e adjacências.
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e do Instituto Trata Brasil apontam que mais de 80% da população não tem acesso a esgotamento básico em todo o município de Belém e somente metade dos 3,4 mil metros cúbicos de esgoto coletados anualmente têm sido devidamente tratados.
A Prefeitura de Belém reconhece que, atualmente, 15% da população não tem sequer acesso a serviços de coleta de lixo, uma das maiores carências da capital paraense.
Nesta união de esforços para dotar Belém de uma estrutura digna para receber a COP 30, o governo federal deverá entrar com a “parte do leão”, que inclui a dragagem no porto de Belém, na baía do Guajará, e da ampliação do aeroporto internacional de Val de Cans. Uma das ideias em gestação é alugar transatlânticos para servirem de hotel durante a COP, ancorados na baía, devido às carências do setor hoteleiro.
Também foram listados pelos governos estadual e municipal outros projetos destinados à reforma de pontos turísticos históricos da capital, incluído o mercado de ferro do Ver-o-Peso, principal atração turística de Belém, o mercado de São Braz e os galpões da Companhia Docas do Pará (CDP), que receberiam uma nova Estação das Docas – ou algo similar -, como um polo de gastronomia.
Quando esteve em Belém, dia 17 de junho passado, o presidente Lula assinou um convênio para o início das obras do Parque Urbano São Joaquim, com investimentos de R$ 150 milhões, dinheiro que deverá sair dos cofres do Ministério das Cidades, comandado por Jader Barbalho Filho, irmão do governador.
Nos próximos dois anos, se as promessas forem cumpridas, Belém passará por um, digamos assim, “banho de loja” sem comparações em décadas, segundo divulgou o site Sumaúma, com asfalto novo nas avenidas de maior fluxo, com pavimentação mais resistente; postes metálicos com placas solares, fiação elétrica subterrânea e uma nova frota de ônibus elétricos ou a gás.
Como São Tomé, quero ver para crer.
Faça um comentário