Amazônia virou entreposto dos traficantes de drogas

Foto: PF e Receita Federal

Números não mentem: o Pará virou o mais importante corredor do tráfico internacional de drogas na Amazônia, por via fluvial, rivalizando com o vizinho Amazonas.

Ronaldo Brasiliense

Da Colômbia, na fronteira com Tabatinga, no Amazonas, e do Peru, toneladas de cocaína, pasta base de coca, skank e outras drogas pesadas descem os rios Solimões e Amazonas com destino ao exterior, através principalmente do porto de Vila do Conde, em Barcarena, zona de embarque, onde a Polícia Federal também fez várias apreensões.
Em 2023, o Estado do Pará apreendeu o total de 8.760,447 kg de entorpecentes. Destes, 3.238,456 kg do tipo cocaína e 5.521,991 kg do tipo maconha, e ainda erradicou 10.460 pés de maconha.
Já no ano de 2022, as polícias paraenses aprenderam 3.417,456 kg de drogas, sendo 1.453,527 kg de cocaína e 1.963,929 kg de maconha, além de 2.413 pés de maconha.
Os principais pontos de passagem de drogas no Pará são previamente mapeados e analisados por meio das agências de inteligência, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar, que monitoram as ações do tráfico por todo o Pará, onde as grandes apreensões são realizadas, de acordo com o secretário de Segurança do Pará.
A Segup promete implantar uma base de operações Óbidos, no oeste do Pará, na parte mais estreita do rio Amazonas, onde funcionou por muitos anos a Base Candiru, mantida em convênio da Polícia Federal e Ibama, com a Secretaria de Estado da Fazenda, desativada há anos, o que só facilitou o tráfico de drogas na região.

ROTA DO TRÁFICO

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira, 17, que a soberania da Amazônia está ameaçada pela escalada da violência. “O Brasil corre risco de perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime organizado”, disse no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Barroso elencou a segurança pública como o principal desafio econômico da América Latina e pontuou as “potencialidades” a serem exploradas nos países. Citando a Amazônia, o ministro disse que a região “pode e deve assumir o papel de grande liderança global” em assuntos ambientais.
É justamente a violência, avalia Barroso, que pode afetar a exploração desse potencial. Em entrevista à GloboNews após a participação no painel, o presidente do STF chamou a atenção para a “perda da soberania” para facções criminosas. Aos problemas que já assolavam a região, tais como “a extração ilegal de madeira, a mineração ilegal, a grilagem de terras e as queimadas”, somou-se a escalada do crime organizado. “Também passou a ser rota do tráfico”, disse o ministro.

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*